Booking.com começa 2021 com força

Aproveitando a chegada da pandemia e a implementação do PSD2, entre outros fatores, as OTAs viram uma oportunidade para beneficiar de uma liberdade total para continuar a criar disparidades.

Como a Paraty Tech tem uma firme estratégia centrada na venda direta, procuramos acompanhar de perto os players do setor que, de algum modo, representam uma ameaça ao trabalho que realizamos. Desta forma, estamos sempre atentos para detetar as novas funcionalidades implementadas pelas OTAs.

Por um lado, é indiscutível que podemos aprender com elas. Por outro, apesar do volume de reservas que geram, muitas vezes prejudicam diretamente as estratégias e os interesses dos nossos clientes.

Neste artigo, iremos focar-nos na Booking.com, que começou o ano de 2021 com força. Devido a uma série de acontecimentos recentes, como o surgimento do covid-19 e a entrada em vigor do PSD2, conseguiram implementar uma série de iniciativas transversais, algumas delas sem avisar previamente os hotéis. Portanto, além de enumerá-las, indicamos os prós e contras de cada uma e apresentamos possíveis soluções para minimizar o seu impacto.

1. Reservas Sem Risco

Esta funcionalidade foi ativada, por defeito, em todos os hotéis, sem perguntar ou notificar. Entendemos que, da perspetiva da Booking, é mais rentável pedir desculpa do que pedir autorização. Assim, todos os hotéis aderiram automaticamente a este novo programa que, basicamente, consiste em tornar as tarifas Não Reembolsáveis em Flexíveis. Além disso, é algo difícil de detetar, uma vez que do ponto de vista do cliente final, está a ser oferecida uma Tarifa Flexível, não sabendo que, na sua origem, era Não Reembolsável. Por último, a sua ativação depende do algoritmo da OTA, que decide com base na data e procura esperada.

O hotel tem essa reserva garantida, mas o cliente pode cancelá-la, porque a Booking.com compromete-se a ocupar esse quarto com outro hóspede ou, caso não consiga, assume o custo da reserva. É uma estratégia inteligente, contando que o hotel tem a base económica necessária para afrontar as possíveis despesas que podem surgir.

Prós para o hotel

  • O hotel poderá reabrir as tarifas Não Reembolsáveis, que praticamente despareceram com a pandemia, porque em última instância, serão Flexíveis.
  • As reservas On the Books obtidas com este tipo de tarifas estão garantidas, portanto a sua volatilidade é reduzida.
  • Não tem custos adicionais, além do desconto que decidam aplicar às tarifas Não Reembolsáveis.

Contras para o hotel

  • A Booking.com terá total liberdade para criar disparidades de preço ao procurar hóspedes para cobrir os cancelamentos.
  • Se o algoritmo da OTA não considerar viável garantir essa reserva, não ativará o programa, pelo que o hotel terá uma tarifa Não Reembolsável, o que é pouco eficaz nas circunstâncias atuais.

Sugestões

  • Apostar em tarifas Semi-Flexíveis: proporcionam tranquilidade ao hóspede e o hotel beneficia de certas garantias, uma vez que o habitual é que solicitem um depósito inicial. Através do nosso recente sistema Paraty E-Payments, gerir a cobrança desses tipos de tarifas é muito simples.
  • Desativar o programa de Reservas sem Risco: é simples através do backoffice da Booking, seguindo estes passos:
    • Clicar em “Oportunidades”
    • Clicar em “Programa de Reservas Sem Risco”
    • Fazer scroll down para chegar à parte inferior, onde tem a opção de “sair do programa”
    • Decidir por quanto tempo (recomendamos selecionar a opção “Por tempo indefinido”)
    • Especificar o motivo

2. Pagamentos online

Em Março de 2019, quando detetamos o chamado Early Payment Benefit, ainda não sabíamos até que ponto as OTAs iriam beneficiar das medidas implementadas pela PSD2, alguns meses depois. Devemos reconhecer que, quanto aos pagamentos online, sempre estiveram um passo à frente do resto dos players, incluindo o canal de vendas diretas, o website oficial.

Ao longo do tempo, foram convencendo o hoteleiro de que o mais fácil é ignorar este “problema” e deixá-lo nas mãos da Booking o que, na realidade, constitui uma oportunidade única para gerar mais disparidades.

Prós para o hotel

  • As OTAs cumprem estritamente o PSD2.
  • As OTAs oferecem uma grande variedade de métodos de pagamento (Paypal, Bizum, Amazon Pay, Apple Pay, etc).
  • É mais conveniente delegar esta tarefa, uma vez que facilita a operativa.

Contras para o hotel

  • As tarifas Não Reembolsáveis ​​não são cobradas no momento, pelo que não aumenta o revenue de imediato, nem se recebe o dinheiro por adiantado como antes.
  • Os pagamentos por cartão virtual têm um custo adicional (2% a 3% dependendo do banco).
  • Os pagamentos por transferência chegam ao hotel entre os dias 1 e 15 do mês seguinte.
  • É uma oportunidade para criar disparidades porque a Booking recebe o dinheiro adiantado podendo, assim, sacrificar parte da sua comissão. Além disso, pode aproveitar para implementar funcionalidades como o Early Payment Benefit.
  • A nível de faturação, se o cliente solicitar fatura no hotel, este será obrigado a faturar um valor superior ao montante recebido.
  • Os descontos não são fáceis de detetar, uma vez que nem sempre se mostram, o que dificulta a identificação das disparidades.

Sugestões

  • Descontos no website: fazer descontos no site oficial passa de ser recomendável a ser praticamente obrigatório. Em termos reais, o PVP da Booking.com deixa de ser PVP, porque aplicam de forma quase automática descontos de 5% a 10%, dependendo do hotel.
  • Ferramentas de automatização de preços: a implementação de ferramentas como o Parity Maker, que igualam o preço do site com o da OTA selecionada em tempo real, deve ser ativada por defeito. No entanto, como já mencionámos, nem sempre identificam estes novos descontos, pelo que não será suficiente para colmatar as disparidades.
  • Verificações manuais: além de ativar as ferramentas, nunca é demais fazer verificações manuais aleatórias. Ninguém conhece melhor as tarifas do que o próprio hotel, pelo que, por vezes, é mais fácil identificar estas ações fazendo pesquisas manuais.
  • Ferramentas que justificam os descontos e aumentam a conversão: tudo o que façamos é pouco. Por isso, as ferramentas que oferecem códigos promocionais para premiar ações dos clientes são muito úteis e eficazes. Por exemplo, podemos ativar ferramentas de retargeting ativo para evitar o abandono do site, como o Rescue Seeker, ou oferecer um desconto adicional imediato por subscrever as newsltetters, também com o intuito de aumentar a base de dados.
  • Clube de fidelização: provavelmente a melhor forma de oferecer um preço mais baixo, de forma mais do que justificada, em relação ao da Booking.com. Além disso, é uma excelente iniciativa para que os clientes se sintam especiais por reservar através do canal direto.

3. Outras disparidades “pirata”

Esta lista vai aumentando com o passar do tempo, mas atualmente, podemos enumerar os seguintes motivos para permanecer muito atentos:

  • Descontos, em forma de montante para outras viagens, por convidar os amigos para realizarem reservas na Booking.
  • Promocodes para acumular dinheiro para viagens futuras.
  • Cashback após a viagem, ou incentivos para reservar com a promessa de reembolso de uma percentagem (10%), depois de terminar a estadia.
  • Descontos exclusivos por plataformas, por exemplo, na App. O nosso rate shopper, o Price Seeker, já os deteta, mas convém estar atentos a estas ações.
  • Ativação temporária do programa Genius apenas com o registo ou início de sessão.

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